Cidades na Amazônia são mais poluídas que Pequim, diz engenheiro


Desmatamento da floresta é grande fonte de poluição na região

O Brasil é o sétimo maior poluidor do planeta e nosso agronegócio é o principal vilão no quesito de emissão de gases de efeito estufa.

Os dados são do estudo recém publicado "Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)" da rede de ONGs Observatório do Clima. A pesquisa descobriu que em 2016 as emissões brasileiras cresceram 8,9% ante 2015; foram 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente emitidas na atmosfera — o índice mais alto desde 2008.

O agronegócio destaca-se como principal fonte de poluição: as emissões diretas da agropecuária (22%) e as emissões por mudança de uso da terra (51%) perfazem 74% de todo o volume de gases de efeito estufa emitidos.

O aumento do desmatamento na Amazônia foi o principal fator responsável pelo aumento da poluição, indica o estudo.

"Cada hectare desmatado na Amazônia representa uma emissão de cerca de 700 toneladas de gás carbônico, o mesmo valor das emissões de cerca de 500 a 700 carros em um ano inteiro", afirma o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do SEEG, em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil.

Azevedo também afirmou que as alterações climáticas geradas pela poluição criam diversos impactos, como a seca — responsável pelo aumento no número de incêndios que estão sendo registrados no Brasil e a diminuição das chuvas. Esta ausência de chuva também tem outro efeito: a diminuição da água nos reservatórios das hidrelétricas, o que implica no aumento da conta de luz.

O coordenador da SEEG destacou outro efeito nefasto do desmatamento da Amazônia:

"Temos cidades na Amazônia nessa época do ano, com esses incêndios, que tem condições de poluição piores do que o encontrado em Pequim."

©Viveiro Renascer 2017; Todos Direitos Reservados

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