Conheça o Silo Internacional de Sementes de Svalbard


O Silo Internacional de Sementes de Svalbard está localizado no remoto arquipélago Ártico de Svalbard, a cerca de 1120 km ao sul do Polo Norte. Quando inaugurado em 2008, foi chamado de "cofre do fim do mundo", talvez por parecer uma realidade distante. A principal motivação ao projeto foram estudos comprobatórios de aquecimento global e as mudanças climáticas drásticas, bem como temor de guerras nucleares e asteroides que podem levar a alguma dizimação total de recursos e seres vivos.

O Silo tem como objetivo guardar a biodiversidade das espécies que sirvam como alimento para as populações do mundo e aos seus países. O repositório preserva cerca 90% das sementes conhecidas existentes no mundo, doadas pelos países produtores.

A fundação Bill & Melinda Gates, através de um projeto em parceria com a ONU, financiou o custo de construção do Silo, estimado em cerca de 30 milhões de dólares. O Fundo para a Diversidade Global de Cultivos desempenhou uma função fundamental no planejamento do Silo e na coordenação do envio das amostras de sementes para o subsolo, em parceria com o Banco de Genes Norueguês.

O ano mais quente da história, porém, colocou em risco a construção, que foi projetada para não precisar de seres humanos para funcionar, com o derretimento do gelo houve uma inundação no túnel que dá acesso a caixa forte. A equipe que administra o local conseguiu fazer a limpeza e seguiu reparos para adaptar o Silo a eventos como esse. Foram cavados túneis laterais de entrada ao local para poder ser vigiado por seres humanos.


O silo foi construído ao longo de 2007, na estrutura rochosa do arquipélago de Svalbgard. O cofre tem 1000 metros quadrados e fica enterrado a 130 metros de profundidade. De fora, se vê apenas a estrutura de concreto que dá acesso ao túnel de entrada. Uma obra de arte feita pelo artista norueguês Dyveke Sanne dá um ar menos intimista a essa entrada e, com espelhos, prismas e material metálico, reflete a luz, fazendo com que seja visível à distância, no meio do gelo branco.

O fato de estar enterrado no solo do Ártico faz com que o caixa-forte se mantenha estável a temperatura de -3 ºC a -4 ºC. Um túnel de 100 metros de comprimento dá acesso aos três cofres, de cerca de 250 metros quadrados cada um, onde são efetivamente guardadas as sementes. Ali, a temperatura é de -18 ºC, garantida por geradores elétricos, o que, aliada à baixa umidade, faz com que o metabolismo das sementes seja desacelerado, prolongando indefinidamente a vida útil. Caso o gerador falhe, a baixa temperatura natural da região dá sobrevida às sementes por um pouco mais de tempo.

Os cofres são abastecidos com pequenas maletas herméticas que contêm até 400 tipos de semente cada uma. Essas maletas são lacradas países que enviam as sementes para o Silo. Cada amostra de um tipo de semente é composta por cerca de 500 sementes de uma variedade, selada a vácuo numa embalagem de alumínio. A capacidade de armazenamento é de 4,5 milhões de variedades, ou cerca de 2,25 bilhões de unidades de sementes. Em 2017, 930 mil era o número de variedades de sementes armazenadas na Noruega.



O Silo Internacional de Sementes de Svalbard funciona, portanto, como uma espécie de banco dos bancos de sementes. O Brasil, por exemplo, tem depositadas mais de 10 mil sementes no cofre internacional. Desde que foi inaugurado, o Silo já forneceu a reposição de sementes para a Síria, em 2015, quando o banco de sementes do país foi afetado pela guerra civil. Foram repostas variedades de trigo e cevada, entre outras sementes fundamentais para o abastecimento alimentar do país. Em 2017, com a agricultura e o abastecimento restabelecidos, a Síria fez novas cópias das sementes que havia retirado do caixa-forte e devolveu esse estoque ao cofre internacional.

Abaixo, confira um vídeo da organização feito pelo Governo Norueguês:


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